Origem da Coxinha: saiba tudo sobre esse amado salgado

Rápida de fazer, prática para o cotidiano e saborosa. Essas são as características da coxinha que fazem dela uma dos quitutes favoritos da culinária brasileira. No entanto, apesar de ser tão importante para nossa cultura, a origem da coxinha é rodeada de mitos. O alimento é tão presente em nossas vidas, que temos até o Dia Nacional da Coxinha. Mas a história de como surgiu ainda não é totalmente explicada, tendo assim algumas versões para essa narrativa toda. 

Relatos sobre a origem da coxinha podem citar, por exemplo, a inspiração pela culinária francesa. Apesar de ser um alimento muito consumido no Brasil, a história pode não ser bem assim. De acordo com Paulo Veríssimo, professor de Gastronomia da Universidade Anhembi Morumbi, a coxinha é uma adaptação da coxa-creme, um prato salgado famoso da França. 

Entretanto, existem aqueles que dizem que ela pode ter surgido nas fábricas do interior de São Paulo nos anos 20. Esse último, por exemplo, poderia explicar o motivo dela ser tão popular, principalmente no Sudeste. Outras histórias citam até a família real brasileira, durante o Império, deixando a origem do quitute ainda mais interessante.

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Primeira versão: nascimento nas fábricas nos anos 20

Uma das teses sobre a origem da coxinha é o surgimento nas fábricas do interior de São Paulo nos anos 20. A região cresceu muito com a industrialização e recebeu diversos imigrantes da Europa, tal como franceses e italianos. 

Essa teoria diz que a coxinha surge como uma opção de alimento mais barato e durável do que as tradicionais coxas de galinha. As fábricas estavam lotadas de trabalhadores, que precisavam se alimentar gastando pouco. Assim, barracas ambulantes eram a solução para economizar na hora do almoço.

Então, alguém teve a ideia de desfiar o frango e envolver em massa de batata, que era barata e fácil de mexer. A pessoa teria envolvido na forma da coxinha e fritou em óleo quente para então vender.

De acordo com Paulo Veríssimo, o sucesso foi tão grande que o alimento foi incorporado em outras regiões e se popularizou no Brasil. Existe ainda a teoria, de que os italianos da Grande São Paulo haviam adaptado a coxinha francesa para se parecer com um quitute italiano, chamado arancini. No entanto, quem foi a pessoa que teve essa ideia, ainda é um mistério.

Apesar de ser uma versão é inegável que a coxinha mantém uma característica que atrai muitos clientes: o seu preço e rapidez no preparo.

Segunda versão: teve origem no Brasil Imperial

A outra versão nos leva a tempos mais antigos, durante o Brasil Imperial, final do século XIX. A história conta que em Limeira, a 150 km da capital paulista, existia uma fazenda na qual viveu a princesa Isabel e seu marido, Conde D'Eu durante um tempo. No interior, o casal escondia uma criança com características de deficiência mental.

A origem da coxinha está associada ao fato do menino amar carne de frango, especialmente a coxa de galinha. Porém, um dia, não havia alimento suficiente para alimentar o menino. A cozinheira, então, teria transformado a galinha inteira em coxas e envolvido na massa. O filho teria adorado, assim como a própria princesa teria achado o feito tão delicioso, que resolveu levar até o Rio de Janeiro. E, de lá, a coxinha se popularizou por todo país.

Apesar de romântica, essa versão já é comprovada como mito. Não existem evidências de que a família real teve um filho com deficiência. Além disso, o próprio professor Veríssimo diz que, se sabe que a princesa e seus filhos nunca viveram fora do Rio de Janeiro até a queda da Monarquia, em 1889.

Mesmo que não seja verdade, a coxinha continua sendo um alimento que chama atenção não somente de adultos como também crianças!

Terceira versão: Criada na França

Mesmo sendo amada pelos brasileiros e considerada um ícone da nossa cultura, a teoria mais aceita é que a origem da coxinha seja a França! 

A história é baseada no livro de Antonin Carême (1784-1833), chef de cozinha, que escreveu a obra "L’Art de la cuisine française au XIXème Siècle". O chefe descreve a receita do que, então, era conhecida como croquete de poulet (croque de frango, em português). No livro, Carême fala que o prato deveria ser servido no formato de uma pera. Desta forma, especialistas acreditam que pode ser essa a origem da cozinha francesa.

Apesar da modificação da receita e adaptação ao paladar brasileiro, tecnicamente a receita é a mesma. A teoria explica que a chegada ao Brasil possa ter passado por Portugal. Durante o século XVIII, a corte portuguesa da D. Maria I havia contratado um chef francês, que havia preparado o prato. 

Então, a receita chega ao Brasil através dos imigrantes que atravessaram o oceano até aqui. Essa história, inclusive, se cruza com a teoria de que o alimento havia surgido nas fábricas nos anos 20. Pois, os descendentes desses imigrantes que estavam no Brasil foram adaptando a receita até chegarmos na coxinha que conhecemos.

Não importa a origem da coxinha. O importante é que a receita se popularizou no Brasil e hoje faz parte da nossa cultura. Seja servida com frango, carne, peixe, vegetariana, em tamanhos pequenos, médios ou enormes. A relação do brasileiro com o alimento é muito especial.

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